Exames Antes da Cirurgia
Fora exames pré-operatórios de rotina, como exame de sangue por exemplo, existe um exame importante chamado tomomielografia, onde é injetado um líquido na espinha do paciente, na região lombar (como anestesia raqui). Em seguida, procede-se a um exame radiológico da região do pescoço, para ver se o liquido injetado (contraste) extravasa em direção ao braço, indicando se o plexo foi arrancado da medula espinhal.
Consideramos os exames de eletromiografia e ressonância magnética menos precisos por não apresentarem a qualidade de resolução da tomomielografia, podendo interferir na precisão do diagnóstico.
Mesmo com o arrancamento do plexo, em 90% dos casos existe pelo menos um nervo menos lesado que pode ser recuperado, justificando a preocupação com a precisão do exame.
O exame de eletromiografia associado ao estudo de condução dos nervos, aquele exame feito com agulhas, apresenta muitos erros.
Frequentemente vemos laudos de exames indicando que o nervo foi somente estirado e que passado algum tempo o paciente deveria recuperar os movimentos.
Infelizmente, muitas vezes a recuperação não acontece. Este exame de agulhas não consegue identificar o rompimento interno dos nervos. Ele serve apenas para auxiliar no diagnóstico.
TRATAMENTOS – O QUE FAZER
O que fazer (procedimentos pré-operatórios) – Diagnosticada a lesão no plexo braquial, o primeiro passo é retirar a tipóia, mesmo contra indicação de fisioterapeutas ou parentes. O braço deve ficar livre, balançando livremente quando se caminha, permitindo com isso que a articulação do ombro mantenha-se lubrificada.
Embora exista a sensação de que o braço vai cair, isto obviamente não ocorrerá. A sensação do braço de estar fora do lugar é causada pela paralisação dos músculos que sustentam a articulação do ombro.
Na fase inicial, a fisioterapia é indicada três a quatro vezes ao dia, com movimentos em todas as articulações do membro afetado, para manter o que é conhecido por amplitudes articulares. Estes exercício podem ser feitos pelo próprio paciente ou por familiar.
Tratamentos com choques elétricos ou medicamentos e vitaminas não apresentam nenhum efeito positivo. Não existe nada que acelere o processo de recuperação.
Passados três meses do evento e o cotovelo ainda não dobra sozinho, sem ajuda do outro braço, o paciente é um sério candidato à cirurgia.
Se você fuma, aproveite o momento para reavaliar seu hábito: existe um prejuízo de 40% na recuperação em fumantes!
TRATAMENTOS – PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
A cirurgia é feita na região do pescoço.
O primeiro passo é localizar precisamente a área das lesões, identificando os cotos dos nervos lesionados, onde são recompostas as ligações através de enxerto utilizando nervos surais, doados pela parte posterior da perna do próprio paciente.
O uso dos nervos surais não acarreta nenhum prejuízo, com exceção de uma ligeira dormência no lado de fora do pé, que desaparecerá quase totalmente com o passar dos meses.
Os nervos surais tem forma parecida com filetes de spagueti muito finos, e muitas vezes é necessário utilizar vários filetes para reconstruir um único nervo.
O enxerto com nervos de outro indivíduo não apresenta resultados positivos.
O termo técnico para designar uma emenda nervosa é coaptação. Há quem também se refira ao procedimento como anastomose nervosa. Ela é feita com o auxílio de microscópio. As suturas são feitas com fios mais finos que um fio de cabelo. O procedimento também pode ser executado utilizando-se cola biológica.
Cirurgia
1) Paralisias altas (lesão C5,C6 e C7)
A cirurgia visa a reconstrução dos movimentos do ombro e cotovelo.
Fazemos transferência de nervos e enxertos de nervos.
Na transferência de nervo, ligamos um nervo que não foi afetado pelo acidente com um determinado nervo que desejamos reconstruir a função.
Nos enxertos de nervo, retiramos o nervo sural da perna do paciente, nervo este que existe a mais no corpo e pode ser retirado sem ocasionar problemas. Na região da lesão, no pescoço, removemos as partes lesionadas dos nervos substituindo-as pelos enxertos de nervo retirados das pernas.
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